V - Imperfeições: Choque Pós-Masturbatório
O coração arquejava pedaços de nada, ausente, transparente, inexistente. O desejo consumia o calor do corpo, a ambição.
Não Te via; via mestres, desejava-os, ambicionava o domínio e ambicionava dominar. Tudo. Tornaste-te Nada, tornaste-te uma
ausência em mim, desisti da procura, desisti de tudo, menos da ambição, do domínio, do poder, da sede. Mestres e
aprendizes, usar e ser usada. O eterno ciclo, as duas forças fundamentais do universo, tudo circulava pela minha mente.
No fim do poder, a satisfação. A única coisa que não me satisfaz é atingi-la através da concretização de desejos, de
ambições.
E o amor? E o sonhar? Tudo isso permanece como um pós-masturbatório desnecessário. Não há nada que me faça desejar ser
amada ou ser sonhada por alguém. Sonhos não passam de ilusões de desejos e inclinações corporais. Fraquezas. Eu irei além
disso.
É aí que entro em choque. Para minha única companhia, no pós-masturbatório, tenho o monstro de mim mesma, que é um monstro
muito belo e apetecível. E se deita comigo, e me acaricia.
"Teremos o mundo" - sussurra-me, docemente, como uma criança, ao ouvido.
E nada disto me parece afligir.
"Poesias Caóticas"
Posted by flor | Labels: Como Funciona? De Caos e Ordem, Escritos, Musicalidade e Poesia (citada e original) |
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
2 comments:
hi!!!
Post a Comment