Visitas de Estudo ou Excursões de Monstrengos

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Nunca mais vou a nenhuma. Podem esquecer viagem de finalistas. Muitos sinais de menos.

Melhores momentos do Elogio da Loucura, por Desidério Erasmo de Roterdão

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"Se por acaso o filósofo toma parte numa conversa, é como se chegasse o lobo da fábula..."

"Convidai um sábio para jantar e ele estragar-vos-á o festim com o seu silêncio severo ou com dissertações aborrecidas. Convidai-o para dançar e dir-se-ia um camelo a saltar..."

"Como todos os que se dedicam á filosofia têm em geral pouca sorte na vida, e em especial na sua progenitura, parece-me que, deste modo, a Natureza, previdentemente, impede a propagação desta praga - a sabedoria."

"(Acerca de Sócrates) Enquando se ocupava a filosofar sobre as ideias e sobre as nuvens, a medir matematicamente a pata de uma pulga ou a observar o zumbido de uma mosca, nada compreendeu da vulgar existência humana."

Belas frases camilianas...

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"A virtude é a flor regada com lágrimas, e colhida entre os espinhos, com os dedos a escorrerem sangue..."

<3

Os maravilhosos meios de comunicação em Portugal

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(Eu ainda não me esqueci...)






Uns belos casos de...

"...jornalismo, uma calamidade imprevista de Guttenberg..." - frase de Camilo Castelo Branco :)

Mais umas gafes do hugo cadete... Quase dá vontade de rir... mas ele devia era chorar... Coitados dos infelizes felizes...

Hugo Cadete, comentário a um rapto, no telejornal da tvi.

«...mas parece que os raptores estavam de má fé.»

Bom...não encontrei muitas mais coisas destas giras... Só um pormenor... Se eu tivesse poder econcómico para despedir estas pessoas... Eu fazia-o...:)

Declaração divertida acerca dos tempos conturbados da 1ª República

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"...A grande maioria dos revolucionários portugueses deixou-se enlaçar nas malhas das pseudocarbonárias, pseudo porque em Portugal brinca-se a tudo; aos soldados, às revoltas, aos carbonários, etc."

ANTES QUE SEJA TARDE DE MAIS QUERO JÁ DIZER QUE NÃO TENHO NADA A VER COM ISTO

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É sempre preciso gozar com alguma coisa diferente, né...
Elas fazem "mits" (cujo objectivo, ao juntarem-se num grupo restrito onde fazem muitas coisas muito interessantes, como tomar chá - e presumo que falem sobre roupa, visto que lolita é um pseudo movimento estético [onde é que eu já vi isto???ou melhor, aonde é que eu ainda não vi isto???] - , é mostrarem aos outros que devem "deixar o preconceito de lado", pois claro, porque vê-las todas num grupinho, é logo isso que apetece fazer...)



Ora portanto há o lolita sweet, lolita gotica e lolita princess... Uau. Que uailde. O movimento está a crescer. Já tem 6 elementos...

Anjos

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- És o meu anjo.
- Porquê?
- Eu preciso de ti. Sem ti não consigo ser pessoa.
- Porque esperas que através de mim as tuas crueldades se expiem? Tens a noção de que estas asas que tenho são as asas do sangue que sobrou da tortura a que me submeteste? Deixa-me em paz. Alguém me deu outras asas. Pesadas, sim. Mas minhas. E de penas. Posso voar com elas.
- Eu preciso de ti...
- Deixa-me. Eu acredito em anjos.

Visitantes à volta do mundo?

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Contos antigos: Gorgana (tentativa de conto gótico)

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Envolto nas mais profundas névoas… Rodeado das mais negras águas, onde o negro gélido só era substituído pelo encarnado do sangue dos heróis que pela pátria morriam… Mártires, tantas vezes na mais tenra idade.

Aí ficava o castelo. O castelo era imponente. Frio. Escuro. Sujo. Quem olhasse para ele sem atenção acharia que aquele castelo tinha sido erguido por alguma força demoníaca. Nas terras mais próximas já ninguém se lembrava da construção do castelo.

Nesse castelo morava uma família nobre. O pai, um tal senhor que havia servido ao rei, tivera por recompensa, depois de uma lesão grave na perna, aquele castelo e as terras envolventes. Desposou uma mulher que ninguém conhecia; não falava a principio (não conhecia a fala lusa), era dotada de uma beleza extraordinária, quase divina. Os cabelos, estranhamente brancos para uma mulher tão jovem, corriam-lhe em madeixas brancas pelos ombros, os seus olhos eram do azul do mar e do céu, misturados numa só sublime cor. A sua candura, a sua palidez, eram de tal forma acentuadas que dir-se-ia que quando o sol batia no castelo ela o reflectia. Toda ela brilhava e era luz; parecia divinamente mística. Um anjo caído na terra. O povo dizia que a jovem mulher do senhor tinha poderes mágicos e quando tocava nas ervas elas floriam, os pássaros cantavam e as árvores davam frutos. No ano após o casamento do senhor, as colheitas foram muito satisfatórias naquelas terras, contra todas as possibilidades.

A história daquela senhora era outra. O seu nome verdadeiro era Gorgana. Gorgana era uma fada, uma fada do rio. Vagueava só e sem rumo um dia solarengo, nua, com flores no cabelo branco, brincando nas águas do rio e enchendo-as de vida. Brincava com os peixes. Podia respirar dentro de água mas costumava envolver-se em brigas com as sereias do rio se se aventurava muito para além dos seus limites. Toda a sua vida tinha simplesmente servido a natureza, pois ela também era como um ramo de uma árvore ou um peixe do rio. Gorgana era parte da natureza. Não se lembrava de parentes ou de ter nascido, ou crescido. Gorgana sempre fora aquilo que era naquele momento.

Até que um dia, aquando de uma das muitas guerras dos homens, estava Gorgana sentada em cima de uma pedra musgosa na margem do rio, num dia nublado no Inverno, e um homem saiu a correr como um louco das moitas, desfalecendo junto á margem do rio. O homem estava muito ferido na perna. O sangue escorria pelos seixos do rio e dissolvia-se nas águas.

O coração de pequena ave paradisíaca de Gorgana batia muito acelerado. O que devia ela fazer? O homem fazia parte da natureza. Se Gorgana cuidava de um peixe porque não havia de cuidar de um homem?

Aproximou-se dele. Pousou suavemente as suas mãos sobre a cabeça do homem. Suspirou e sentiu toda a vida que fluía do homem. Nunca tinha tocado num homem. Se não o curasse o homem ia morrer. Soprou-lhe para a ferida, num sopro mágico de vida. O homem abriu os olhos. Naquela altura o senhor aspirava dos poderes de Gorgana e das dores do seu ferimento. Aspirou também a visão da bela Gorgana. Achou-a a mulher mais bela que já havia visto e prometeu a si próprio naquele momento que aquela era a mulher com quem casaria.

Gorgana ficou a observar o homem ao longe. O homem foi recuperando, até que por fim se levantou, e, a cambalear, se aproximou do sítio onde estava Gorgana.

- Senhora! Não sei quem sois, mas é convosco que me quero casar. Parti comigo agora e casai-vos comigo. – Gorgana observou com curiosidade e inocência o homem. Não percebia nada do que ele lhe dizia.

- Aqui voltarei daqui a um mês para vos vir buscar, senhora minha! Estai aqui se quereis partir comigo! – Gritou o homem, virando-se em seguida para as moitas de onde tinha vindo, arrastando a perna.

Gorgana era como uma criança em todos os sentidos. Rapidamente esqueceu o fugaz encontro com o Homem.

Quis Deus ou o destino, mas passado exactamente um mês, tinha andado Gorgana a aventurar-se nas margens do rio, a brincar com as moitas, tendo o cabelo cheio de folhas e flores destas, quando decidiu sentar-se junto exactamente das mesmas moitas de onde tinha vindo o homem. Subitamente uma mão agarrou-lhe um braço.

- Ah! Estás aqui minha formosa. – Era o mesmo homem.

Um humano tinha-lhe tocado. Gorgana gritou de horror. Estava tão assustada que mal conseguia respirar. O homem trouxe um pano branco com a cobriu, e ainda agarrando-a firmemente, ignorando os seus gritos e as suas tentativas de se libertar, montou-a no seu cavalo. Dali partiram, e no mesmo dia fez-se a boda. Mas a Gorgana não estava reservado nada de bom. O senhor era muito bom para ela. Mas todo o mundo humano para onde ele a tinha trazido roubava-lhe, pouco a pouco, a sua magia, a sua candura, a sua perfeição, a sua inocência. Foi-lhe dada uma velha aia do castelo. A aia ensinou-lhe a falar, com muita calma, pacientemente. Cuidava dela, tratava-a. Mas mais importante, desde o inicio aquela aia sentia a enorme necessidade de proteger a sua inocência. Sabia que Gorgana era uma criança pura. Gorgana tinha os mais belos vestidos, as mais doces iguarias, os mais confortáveis colchões. Quase não mantinha contacto com ninguém, só com a sua aia.

Mas cada dia que passava no castelo parecia enfraquecê-la.

O senhor era muito bom com ela e sentia-se enamorado simplesmente por estar na sua presença. No fundo, ele também sabia a mulher com quem tinha casado uma criança. E respeitava-a. Um dia houve uma querela entre ele e um nobre de uma terra vizinha, relacionado com, precisamente, a divisão das terras. A sombra da guerra avizinhava-se, e o senhor chamou o seu irmão para o ajudar a resolver o assunto. Ao chegar ao castelo, o seu irmão ficou abismado com a beleza de Gorgana. Mas as suas intenções foram desde o princípio muito menos nobres. Um dia Gorgana estava só, olhando as margens do rio por entre as ameias de um recanto isolado do castelo. Ali ninguém a podia descobrir, nem perturbar. O irmão do senhor viu-a, por momentos, e ali mesmo decidiu beijá-la e tomar aquela dama como sua. Gorgana pressentiu logo as suas intenções e guinchou como um animal ferido. Ao ver que ninguém a acudia, utilizou o último suspiro mágico para o afastar com um coice mágico. Ao perceber o que se passava, o irmão do senhor olhou-a cheio de ódio.

- Bruxa. Bruxa. Bruxa. – gritou-lhe, e dizendo isto deu-lhe uma bofetada. Gorgana sangrou da sobrancelha. O irmão do senhor abandonou-a ali. Gorgana sangrava e olhava o seu sangue, desgostosa. Sabia ali que a sua morte começava. A morte de uma fada não é igual á de um humano. Começa quando uma fada sangra. O corpo vive, mas envelhece extraordinariamente em sete dias, e na sétima noite a alma separa-se do corpo, transformando-se num demónio maligno do elemento da natureza que antes guardava, e assombrando os vivos que restassem ligados ao corpo. Foi a sua aia que a encontrou. Gorgana contou-lhe o que se tinha passado, entre gritos e lágrimas. A aia limpou-lhe a ferida da sobrancelha e à hora da ceia foi contar tudo num murmúrio ao senhor. O senhor nem pensou duas vezes. Sacou da sua adaga e enfiou-a no corpo do irmão, cego de raiva.

No seu quarto, Gorgana contorcia-se com dores. O seu corpo envelhecia – e agora havia sido derramado sangue por ela, o que amaldiçoaria a sua existência e a baniria do mundo natural. Chorou mais. Amaldiçoou o dia em que encontrou o senhor, na margem do rio. No primeiro dia Gorgana acordou com 40 anos. A sua cara estava coberta de rugas e a sua vista começava a falhar. Viu frequentemente demónios que a chamavam para o seu mundo naquele dia. No segundo dia, Gorgana acordou com 50 anos. Tinha agora mais rugas, e estava parcialmente cega. Gritava com agonia, coberta de dores. Nas suas visões, via o senhor ser morto pelas suas unhas, que eram enormes e lhe trespassavam o coração. No terceiro o dia o seu corpo mingou, os seus olhos encheram-se de uma névoa branca, e as unhas, das mãos rugosas e acinzentadas, tornaram-se negras e grandes. No quarto dia, Gorgana já não conseguia andar por si. No sexto dia o cabelo de Gorgana começou a cair em camadas. Um servo vinha trazer as notícias da sua amada todos os dias ao senhor. Ele não se atrevia a ir vê-la, pois tinha receio de agravar a condição de Gorgana. Mas ao sétimo dia foi vê-la. Ao entrar no quarto o cheiro era pestilento. A velha aia estava sentada num cadeirão ao pé da cama, sem expressão, pensativa, olhando uma velha senhora que estava a morrer na cama.

Uma criada cruzou-se com o senhor.

- Diz-me onde está a minha mulher. Acho que me equivoquei no quarto.

- Não vos equivocaste não, meu senhor. Aqui está a mulher, em corpo, com quem vos casaste. Todos nós temo-la visto envelhecer cada dia que passa. Dos seus olhos azuis foram feitos dois poços assombrosos de lodo branco. O seu cabelo caiu e todo o seu corpo envelheceu. As suas unhas cresceram. Em breve a mulher com quem vos casaste irá falecer.

O senhor ficou abismado. Aproximou-se da cama com medo.

- Esta não é a mulher com quem casei. – disse, assustado. Uma voz de velha, muito débil, respondeu-lhe.

- Meu amor?

E dizendo isto Gorgana adormeceu, do cansaço de falar. O senhor abandonou o quarto e precipitou-se para o seu, confuso. A noite caía, sinistra. Na escuridão da noite erguia-se um nevoeiro que engolia todas as palavras. Porém insistentemente, pareceu-lhe ouvir um cantar gutural de mulher, um eco entre as paredes do palácio e do nevoeiro. Por fim, ouviu-o junto a si.

Gorgana estava atrás de si, bela como no primeiro dia que a havia visto, vestida de branco, porém, os seus olhos estavam negros, como se tivessem sido arrancados, toda ela estava suja de uma substância lodosa negra, os seus cabelos estavam irregularmente distribuídos pela cabeça, nalgumas zonas não havia cabelo, e as suas grandes unhas pretas, como as de um animal, esticavam-se no ar. Um sorriso perverso descaía-lhe na boca.

- Ah, estás aqui, meu amor. Tive uma horrível visão, em que uma criada me dizia que tu eras uma mulher velha moribunda. Agora vejo que a tua etérea beleza foi além da doença. – dizendo isto aproximou-se de Gorgana, esticando os braços para a abraçar.

- Meu amor?! – disse aquela Gorgana, num riso diabólico. E esticou as unhas para o peito, sentindo o coração do Homem ser perfurado, roubando a vida que já lhe havia dado.

- Meu amor. – murmurou, por fim, em paz. Aquela Gorgana desvaneceu-se no ar, em gargalhadas pelo castelo, pelo nevoeiro, pelo rio. As pessoas do castelo rangeram os dentes de medo ao ouvir as gargalhadas, e uma pobre velha moribunda, num dos altos quartos do castelo, morreu ao pronunciar um grito mudo, agarrada ao coração, com os olhos muito abertos (embora padecesse de cegueira). A aia, desgostosa, enterrou o seu corpo no dia seguinte, envolvendo-a numa mortalha feita por ela, e no dia a seguir a esse o do senhor, que tinha morrido de uma morte misteriosa e horrível.

Nunca mais ninguém falou naquilo que se havia passado, mas consta, que em todas as sétimas noites de nevoeiro após o começo do ano, alguém naquelas terras morre com aquelas unhas negras a trespassarem-lhe o coração e aquelas gargalhadas.

Há mesmo quem diga que já viu uma dama de branco, com um ar diabólico, caminhar junto do castelo e das margens do rio nessas noites.

Sinto-me "Shelter for a Lesser God" - Aenima

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I am the air
The tides, the phases of the moon
I feel your footsteps on Earth
Watch the candlelight
Feel the peace surrounding you
Deliver yourself
Here is the place where you can rest
Far from madness of men
Forgive them all
They will never understand you
And when you leave, forget me not
I’ll always be here
Waiting for you

Pormenores insólitos deste país: Já ouviram falar de Carlos Cândido dos Reis?

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"Oficial da Marinha,reformou-se em 1909, como vice-almirante. Republicano convicto,carbonário e maçon, esteve na primeira linha da preparação do 5 de Outubro de 1910. Esteve na revolta falhada de 28 de Janeiro de 1908 contra a monarquia e, no dia 4 de Outubro de 1910, informado de que a Revolução iria falhar e já não veria um Portugal republicano, suicidou-se."


Fucking .

Mariella

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Esta música foi um amigo :) que me mostrou, e eu achei piada, gostei muito sim senhora, de certa forma, identifiquei-me. Tirando a parte da mãe, claro... :P

Sondagem: Devia vestir mais cores?

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Cronos e a Morte

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Como lidar com a morte? Com o tempo em última análise? Sou animal irracional. Não consigo perceber tal coisa. Não consigo perceber aquilo que existe e depois desaparece. Sinto-me revoltada comigo mesma por não perceber. Para não ajudar, vi o penultimo filme do Coppola pai, o Youth without youth, salvo erro. É muito bonito, é uma reflexão também sobre o tempo... Acho. Cronos, o pai que devora os próprios filhos. Começa a haver demasiada morte à minha volta. Um dia, ainda desapareço. Simplesmente meto-me num autocarro para parte incerta e nunca mais ninguém me vê. Louca por cumprir esse desejo e simplesmente fugir às coisas que desaparecem, fugir às despedidas, fugindo delas, e transformando as coisas que morrem nas memórias intemporais que tenho delas, em pequenos tesouros. Eu não sou capaz de viver isto. Não tenho ninguém com quem falar sobre isto. Não consigo não entrar no buraco sozinha. Não consigo sair dele sozinha. Vou morrer e enlouquecer no caminho. Ninguém compreende a incompreensão que tem da morte enquanto não olhar para ela e perceber que não a compreende. Se calhar, não fui feita para viver porque não fui feita para morrer.

Pensamento do dia

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A vida deve ser celebrada.

Contos antigos: A CHAVE PERFEITA

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No início dos tempos, o Criador criou o mundo, e nesse mundo, criou um feiticeiro. Ao feiticeiro deu-lhe o dom da magia, mas ao mesmo tempo, para o controlar, lançou-lhe uma maldição, que só se poderia quebrar se o feiticeiro encontrasse a chave para o seu coração na alma duma princesa.
E assim, o feiticeiro vivia num castelo frio, escuro e solitário, no meio de um vasto campo verde, perdido no reino dos sonhos.
E na parte mais escura, sombria e escondida do castelo havia uma sala, com uma porta de ferro, com uma enorme fechadura. A chave para essa porta, o feiticeiro levava-a com melancolia ao peito, dia e noite. Dentro dessa sala, e para lá da porta de ferro, estava um baú, com uma fechadura. Dentro desse baú, selado com a maldição do feiticeiro, estava o seu próprio coração, que, se fosse devolvido ao feiticeiro, o tornaria livre.
Durante o dia o feiticeiro observava o mundo e as pessoas através da sua bola de Cristal,via as pessoas vivendo a sua vida normal, fazendo escolhas, opções livres. E ele desejava mais que tudo poder faze-lo ele proprio, ser livre, ter vontade propria. Libertar-se do Criador.
Mas durante a noite transformava-se, os olhos ficavam como baços e ele saía do seu castelo tenebroso e longiquo, e fazia o que o Criador lhe mandava. Matava, se fosse preciso, roubava, fazia o que o Criador lhe ordenava. Partia numa encruzilhada, na sua missão.
E no dia seguinte acordava, na sua cama ou em realidades que lhe eram estranhas, e voltava ao palacio, onde observava as pessoas, sózinho e triste por não se conseguir libertar.
E chorava, o feiticeiro. Desejava profundamente ter liberdade como as outras pessoas, encontrar a princesa.
E numa certa era, ele começou a procurar, no meio das comuns mortais, raparigas, que possuissem uma beleza de alma acima dos outros mortais.
E uma era, cruzou-se com uma rapariga com uma chave ao pescoço. Logo se apercebeu da forma de quebrar a maldição, e continou, todos os dias, a tentar quebra-la. Essa rapariga era bela, tinha muitos traços de beleza, e ele, excitado na possiblidade de quebrar a maldição e ser por fim livre, arrancou-lhe a chave que ela tinha pendente, num fio, ao pescoço.
Apressadamente, correu para a sala sombria, tirou a sua chave do pescoço, abriu a porta de ferro e sentou-se em frente ao baú, preparando-se para o abrir.
Ao colocar a chave no trinco, apercebe-se de que a chave não cabia. Era demasiado pequena.
Furioso, confuso e decepcionado, pegou na rapariga e matou-a, de fúria.
Passadas algumas eras voltou a encontrar uma rapariga que carregava ao pescoço uma chave. Convenceu-a a ir para o seu palácio, e pediu-lhe a chave delicadamente. De novo repetiu o mesmo gesto, mas a chave não cabia. Era demasiado longa.
Desiludido, enviou a rapariga para a sua realidade sem uma palavra.
Passado algum tempo depois, partiu em busca da princesa. De novo encontrou uma jovem extremamente bela, com uma chave que aparentava o tamanho ideal, perfeita. Contente, levou-a para o seu castelo, e decidido a gozar da companhia da jovem desta vez.
A jovem começou a viver com ele, e ele acabou por se apaixonar. Com medo de que a chave não caber no trinco e de ter de enviar a jovem para a realidade dela, atrasou o tempo que pode ir exprimentar a chave no cofre.
Mas a jovem não pertencia á SUA realidade, e todos os dias lhe pedia para partir. Desgostoso, o feiticeiro foi-se rendendo á vontade da jovem até que um dia se decidiu e abriu a porta de ferro, debruçou-se sobre o baú e exprimentou abri-lo.
Ao ver que a chave encaixava no trinco, ficou entusiasmado. Mas o entusiasmo rapidamente se desvaneceu, pois ao tentar rodar a chave esta nao se moveu. Era demasiado curta.
Desolado, louco, triste, o feiticeiro fechou-se no seu próprio mundo. A jovem voltou para a sua realidade, como queria.
Frio e insensivel, o feiticeiro fez uma pausa na sua busca pela chave perfeita.
Decidiu misturar-se com os mortais, esconder a sua magia durante o dia, e ausentou-se do seu castelo, partindo para o mundo dos humanos.
Conseguiu encontrar novas raparigas, encontrou uma, mas ela era gananciosa e apenas queria a magia do feiticeiro. Aliciou-a, prometeu-lhe a magia e trouxe-a para o castelo.
Mas ao exprimenta-la, de novo a chave não serviu - era demasiado grande.
Enviou a rapariga de volta á sua realidade, dando-lhe antes um talismã e uma quantia em dinheiro, mas sentiu-se enojado.
Um dia surgiu-lhe uma rapariga, perdida. Logo ela adormeceu de cansaço e assim que o fez, ele ambiciando a chave que a rapariga carregava ao peito, matou-a durante o sono. Mas mais uma vez, oh triste fado, a chave não coube - era demasiado leve.
Convencido de que nunca acharia a chave, desistiu, e fechou-se no seu castelo, triste.
De chave apenas tinha a sua, que carregava ao pescoço. Um dia surgiu uma rapariga á porta do seu castelo, perdida e assustada. Era algo bonita, mas não o fascinava, e como ela não sabia para onde ir, fi-se instalando no castelo.
Um dia, ela confessou-lhe que tambem tinha uma chave, mas nunca a colocava ao pescoço.
Nesta altura, levado pelo medo, o Criador confundiu-o, enganou-o, e levou-o a crer que amava a rapariga que ali estava a viver com ele, sem saber aonde ir.
Nessa altura, á porta do castelo surgiu uma princesa, decidida, dizendo-lhe que a chave que ele procurava tinha-a ela ao pescoço, e só ela, pois era ela quem o iria libertar. E ela carregava a chave, e todas as noites em que o feiticeiro partia em missão, ela sonhava com ele e em dar-lhe a chave, na liberdade que tinha de lhe dar.
E essa chave, ela tinha-a ao peito desde que tinha nascido, tinha-lhe sido dada pela mãe, e á mãe pela avó, desde a propria Eva.O feiticeiro, confuso, acolheu-a no seu castelo, porém, manteve a outra tambem no castelo.
A princesa lentamente foi revelando a verdadeira paixão que nutria pelo feiticeiro, e foi tomando o seu leito.
Triste, uma noite o Criador ordenou-lhe que enviasse a princesa para fora do castelo e tomasse a chave da outra rapariga como sua.
Ordenou-lhe que enviasse a princesa fora e exprimentasse a chave da rapariga, que não servia. Porém, o Criador apagar-lhe-ia a memoria e fa-lo-ia acreditar que tinha servido e que ele estava liberto, e deu-lhe uma noite para o fazer.
A princesa acordou, durante a noite, tinha ouvido cada palavra nos seus sonhos. Desesperada, esperou pelo dia. Fez o feiticeiro adormecer e assim que ele adormeceu, roubou-lhe a chave que ele trazia ao pescoço.
Abriu a porta de ferro com a chave do feiticeiro, debruçou-se sobre o baú, tirou a sua chave do pescoço e abriu-o.
E agarrou no coração do feiticeiro, e prontificou-se a lho devolver, enquanto este dormia. Este acordou de imediato e liberto, viu a realidade como ela era de facto. E logo viu a princesa, que o olhava com um sorriso, contente por lhe devolver a liberdade, com um vestido branco puro.
Da maldição das sete chaves apenas sobrou uma, pequena, que a princesa carregava ao pescoço, todos os dias. Todos os dias que viveu com o feiticeiro.
E o castelo tenebroso transformou-se numa pequena casa de madeira, no ondo campo verde. E a outra rapariga foi enviada á sua realidade sem qualquer memoria do que se passou.
E tiveram filhos, o feiticeiro e a princesa, doces gritos de alegria no meio das flores lilazes no campo verde. E a magia tornou-se eterna, e o Criador descansou...

Pensamento do dia

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A dimensão espacial da música é o tempo.

Como iniciar uma conversa?

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Como começar a conversa, a dita cuja conversa, com aquele ser que nos agrada particularmente, que sabemos que se o explorarmos descobriremos defeitos e qualidades que nos agradarão, e que disso fugimos que nem da cruz? Como começar a conversa quando nos falta contar metade da vida e experiências tão horríveis que custa apenas de saber que as possamos ter vivido? Quando a gramática nos falta e ficamos à falta de melhor, a observar o outro, sem saber muito bem que dizer, sem saber que esquizofrenias escolher! Ah decisões, decisões, decidam por mim que doença me trará o futuro. Estou doente, o futuro é agora. E o outro não sabe. O outro sou eu quando não falo, e eu sou outro, sofro com ele e choro com ele, sou obrigada a acreditar que eu sou o outro: só a minha dor me separa. Por isso, deixa-me ficar um pouco a olhar-te, a observar-te, e a perder-me em ti, apenas porque assim, por momentos, a dor cessa, porque eu sou tu, e não eu...

Boa noite.

Arte Erótica

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I feel like... La chanson Noire - O Bordel de Lúcifer

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Esta noite eu vou saír
Esta noite eu vou voar
Vou morrer de tanto rir
Vou correr e vou saltar

Enxofre na minha papel
Vou fazer o meu papel
Dar ao corpo o que ele quer
No bordel de Lúcifer

Vinagre em forma de mel
Vias fazer o teu papel
Puritano ou infiel
No Bordel de Lúcifer

Esta noite eu vou fugir
Esta noite eu vou dançar
Vou beber até cair
Seduzir e fornicar

Enxofre na minha pele
Vou fazer o meu papel
Dar ao corpo o que ele quer
No bordel de lucifer

Vinagre em forma de mel
Vais fazer o teu papel
Puritano ou infiel
No bordel de Lúcifer

Enxofre na minha papel
Vou fazer o meu papel
Dar ao corpo o que ele quer
No bordel de Lúcifer

Vinagre em forma de mel
Vais fazer o teu papel
Sejas homem ou mulher
No bordel de Lúcifer

Katzenjammer Kabarett - Genuine, a fantastic Revue

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São muitas horas...

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Chove. Há muitas coisas que passam pela minha mente ao mesmo tempo. A minha mente é caótica. É um caos de pensamentos, sentimentos. Ordem nunca me pertenceu muito; mas o pouco que me pertencia, permitia-me chegar a sítios heroícos para mim, heróicos no meu mundo, e heroícos porque trazia desse mundo para este. No banho o corpo que tenho parece-me tão estranho. Estou tão mais alta do que ele. Não olho. Um olho espreita-me; o outro, fecha-se. Apenas olha para mim o olho de um cego. Olha na minha direcção porque me conhece e sabe que será mais ao menos ali que estou. Mas não me vê. Apetece-me chorar. Apetece-me sentar-me sobre os meus joelhos e perguntar-me porque é que as coisas não podem ser boas para os seres que amo (e para mim). Porque é que os constantes monstros maus se associam aos anjos da minha vida. Formando uma espécie de carta trocada. Cartas. O que são? O que é? O que és? Onde estás? Para onde foste? Aquilo que me devia ensinar paciência, não mo ensina. Poderia dizer que me ensinava dor, mas não ensina. Porquê a dor, já eu conheço demasiado bem. Oh que romantismos de espírito, que fazem de mim humana e deles cadavéres, zombies, the faceless.
Doi-me demasiado a vista e não tenho óculos, para continuar a escrever. Vou parar, sem dizer o que queria, como se isso fosse isso.

E eu dizesse algo com sentido.

Sinto-me doente. Espero que o esteja. Primeira sexta feira que não vou a lado nenhum...

Música do Momento --- when we go dark - Faith and The Muse

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Grande banda, esta, que eu ainda não compreendi na totalidade, mas isso não me impede de a namorar...

When We Go Dark

Faith And The Muse

What have you done?
What have you become?
Trapped by all you once held in contempt.
Defined by order
It's not who you are

Extinguish
To see things clear you have to close your eyes
With Reverance
The lanterns dim and your ghosts feel free to speak
The Moments
When you reach within and the answers come to you
Made Glorious
The Truth is there beneath it all

What have you become?
Could you please them all?
Living someone else's life
Distraction keeps the blinding light
Deflecting off the horror
You've lost your soul or slowly let it die
It's not who you are

Extinguish
To see things clear you have to close your eyes
With Reverance
The lanterns dim and your ghosts feel free to speak
The Moments
When you reach within and the answers come to you
Made Glorious
The Truth is there beneath it all

Alone in a corner with your head on your knees,
This is not who they came to see.
The child in the mind's eye - all trust and full of laughter
Dreams hot as embers can unlock forever.

Remember!
Remember...
Another morning's light
And you're holding back the tears
Fight the numb surrender
Remember who you are

Extinguish
To see things clear you have to close your eyes
With Reverance
The lanterns dim and your ghosts feel free to speak
The Moments
When you reach within and the answers come to you
Made Glorious
The Truth is there beneath it all

Glorious
Remember who you are
Glorious
Glorious
Glorious



Faça-me o obséquio...

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Hoje utilizaram esta maravilhosa expressão para me pedirem algo. Fiquei radiante. É uma expressão adorável que não percebo porquê entrou em desuso. O Camilo gostava muito. Mas é melhor que não fale em Camilo: estou a chegar ao fim dos Mistérios de Lisboa. Não sei se hei-de chorar por ser uma obra tão exacerbante, se por acabar tudo em bem, se por simplesmente acabar. O Camilo dá uma dimensão tão infinita e contínua, tão intemporal às obras. Nos Mistérios de Lisboa ele faz analepses e prolepses, começa a contar a tragédia de uma personagem, de uma geração de personagens, aliás, a meio da tragédia da geração que a antecede. É como se fosse o senhor master do tempo, que controla toda a narrativa com despotismo, e nos atira a nós, leitores, com um puxão asmático de sentimentos, para trás, para a frente, para onde ele bem entender no tempo. O Camilo é Deus, e certamente é o meu Deus literário. Faz-me sentir e faz-me sentir viva, desde o momento em que abro o livro na página marcada, com a sofreguidão e o desejo deveras assaz de quem exprimenta algo novo. Ler é a eterna falta de consolo. Todas as palavras são novas num livro. E há milhões de livros no mundo. É uma tarefa infinita, e infinitamente orgásmica.

Mudando de tema:
Estou numa turma maravilhosa. Entenda-se, não considero as pessoas da turma perfeitas. Mas observo os seus comportamentos, como bicho estranho que não se quer envolver, com tanto medo de estragar, como dizia o outro (o outro aqui é uma autoridade, que não se entenda isto como depreciativo porque não o é). E vejo coisas bonitas, que me agradam. E não me refiro apenas ao facto de se organizarem e oferecerem prendas às pessoas da turma, e pelos vistos estão a planear fazê-lo a mim, mas a uma data de outras pequenas atitudes, pequenas palavras, gestos, etc. Tenho de começar a quebrar o meu gelo, e a dizer e fazer coisas melhores. Não ter medo de tocar, não ter medo de dizer. Há pessoas muito bonitas na minha turma e não tenho dúvidas disso. As pessoas com quem me dou mais não são as únicas pessoas bonitas (e estou a falar de beleza interior) mas apenas aquelas com quem eu já me sinto mais à vontade, num período da minha vida em que me é difícil estabelecer contacto com o desconhecido, esse contacto desinibido de preconceitos, e de montes de expectativas positivas, uma data de coisas que em psicologia são muito valorizadas, e de que eu quero saber tão pouco.[E tudo isto foi uma frase] (Mas ajo).


Tornei-me uma espécie de cobarde emocional e epicurista. Espero honestamente que seja só uma fase, já não aguento mais desta adolescência sempre problemática. Doi-me sempre o orgão social, e a solução nunca passa pela exclusão deste do organismo.
Claro que não. Tal é impossível, como autista, besta e deus que não sou. Isto lembra-me que: A Vanessa é ninguém. Ninguém é perfeito. Logo, a Vanessa é perfeita.
Pequenas brincadeiras (i)lógicas...
Hoje apercebi-me que se morrer amanhã, me arrependeria de não ter olhado nos olhos castanhos, como duas afirmações impetuosas de que existes, por vezes tristes, por vezes meigas, mas ainda não as vi agressivas, e ter-te dito, entre sorrisos infantis e bolas de sabão meio cheias: AMO-TE.

E pior: tomo-te como preconceito negativo. Tomo-te a ti, e a mim, tomo tudo aquilo que serei e fui, e sou. Como tempo esquizofrenicamente desordenado.

"Amor é Flor que arde sem se ver" - e foram os lábios da hazelnut eyes que o disseram. Possíveis reacções da progenitura: "Já não basta seres gótica, agora também és lésbica!!!" {desespero}


Mas não há preocupação, para que eu assuma uma relação com a hazelnut eyes, tenho que a ter primeiro :P

Agora à noite, às nove e meia, vou ver um filme de animação do Miguelanxo Prado.
Estava equivocada, achava que o filme era português, afinal é espanhol. O Miguelanxo Prado é certamente um dos génios internacionais de BD. Acho-o genial, sobretudo no que toca à secção de eróticos, mas não só, o erotismo parece ser um tema recorrente mesmo em trabalhos não eróticos dele.

É um filme de animação composto por 10 000 pinturas a óleo. A ÓLEO. Não tem falas, apenas música composta para o efeito.

O preço: é gratuito. No antigo cinema ALFA.

Torres Novas é de facto uma cidade excepcional, em termos culturais, e em termos de natureza, para a quantidade de população que tem, e o a importância que a população que existe dá a essas duas coisas. Deus, são poucas as pessoas que têm dentes, mas eu tenho, e agradeço-te por este festim cultural e de natureza que me puseste na mesa, que deus te pague a ti, ó deus, que eu estou tesa, como disseram hoje.

Para quem quiser, há também o filme "Berlim" no Teatro Virgínia, que trata acerca do albúm desgraçado de Lou Reed, suponho que com o mesmo nome, com uma conversa informal após o filme, acerca o assunto que terá sido tratado depois no filme. Sou uma ignorante em termos musicais, e ainda não sei se hei-de ir se não, a qual hei-de ir. É que o De profundis está no cinema alfa até dia 11. E é gratuito na maior parte dos dias. Decisões, decisões...

Custo do "Berlim": 3€

Assim, não sou capaz de me decidir...:S