Como "pescar" um americano?

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Vejam de onde veio a inspiração para o famoso "How much?" do Borat...



Não sei como é que acho estas coisas na net...

Eheh, gostei...

Mais dança do ventre

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E eis que me cansei de fazer o relatório de filosofia e divaguei um pouco...





FEIRA QUINHENTISTA TORRES NOVAS

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(Pá, se me conheces e ainda não te esfreguei isto na cara, suplicando-te que venhas à festa, não sei como é que tal foi possível...)

Entre mim

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Quem já ouviu falar de exus?

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Como sobreviveram certos ritos de incorporação daquilo a que se chama "O Espírito"? (Eu chamo-lhe dividenda...) Através de cultos africanos que foram trespassados pelos escravos para a cultura brasileira... Por isso a espiritualidade desse povo é muito mais preciosa que a nossa, é mais vital, e há de novo uma tentativa de a corromper através da religião católica/cristã... Veremos o que acontece...



Estes rituais podem ser adaptados... A música é uma componente fundamental, ok, depois há o consumo de drogas, a presença do círculo, o objectivo físico é dançar, cantar, consumir drogas e andar em círculo até alguém incorporar... Alguém incorpora, as incorporações têm sintomas físicos bastante semelhantes...



talvez chegue a postar aqui algo mais completo sobre isso...

Girls Just Wanna Have Fun

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Tempestade

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Esta, é, infelizmente, para todas as pessoas próximas de mim...!

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At first, I was afraid, I was petrified.
Kept thinkin' I could never live
Without you by my side,
But then I spent so many nights
Thinkin' how you did me wrong.
And I grew strong
And I learned how to get along.

And so you're back from outer space.
I just walked in to find you here
With that sad look upon your face.
I should've changed that stupid lock,
I should've made you leave your key,
If I had known, for just one second,
You’d be back to bother me.

Well, now go! Walk out the door!
Just turn around now,
'Cause you're not welcome anymore!
Weren't you the one
Who tried to hurt me with goodbye?
Did you think I'd crumble?
Did you think I'd lay down and die?

Oh no, not I! I will survive!
Oh, as long as I know how to love,
I know I'll stay alive!
I've got all my life to live.
I've got all my love to give.
And I’ll survive! I will survive!
Hey, Hey!

It took all the strength I had
Not to fall apart
And trying hard to mend the pieces
Of my broken heart.

And I spent, oh, so many nights
Just feeling sorry for myself.
I used to cry,
But now I hold my head up high!

And you'll see me, somebody new,
I’m not that chained up little person
Still in love with you.

And so you felt like droppin' in
And just expect me to be free,
But now I'm savin' all my lovin'
For someone who's lovin' me!

Go now! Go! Walk out the door!
Just turn around now!
'Cause you're not welcome anymore!
Weren't you the one
Who tried to break me with goodbye?
Did you think I'd crumble?
Did you think I'd lay down and die?

Oh no, not I! I will survive!
Oh, as long as I know how to love
I know I'll stay alive!
I've got all my life to live.
I've got all my love to give.
And I'll survive. I will survive! Oohh..

Go now! Go! Walk out the door!
Just turn around now!
'Cause you're not welcome anymore!
Weren't you the one
Who tried to break me with goodbye?
Did you think I'd crumble?
Did you think I'd lay down and die?

Oh no, not I! I will survive!
Oh, as long as I know how to love
I know I'll stay alive!
And I've got all my life to live.
And I've got all my love to give.
And I'll survive. I will survive! I will survive!


"Poesias Caóticas"

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II - Viagem ao Futuro: Voos arriscados

Conti a poesia num dedo, os sentimentos, as vontades, o ser no embrião. E calculei a queda, o voo, a viagem, a aterragem de emergência, em caso dela.
Dela, da menina, o caso seria, vou matar-te, pensei, vou matar-te e sei-o, como vou recuperar eu disto? Já não poderei dizer, "Mãe, protege-me", pois dou-lhe um pontapé no traseiro, nego a minha essência e a dela também e em nome de quê?! Fogo, queima tudo, destroi tudo, inconstante, liberto-me, liberto-me, e depois, quem me contém? Todos precisamos de trela, não tenho medo de mim, todos deviam ter menos eu, onde está o meu medo? Onde está a tristeza? Que tipo de energias perigosas guardo em mim?
Mãe, protege-me.
Filha, perdoa-me.
Ela riu-se, e ao vê-la rolou-me uma lágrima da face. Estava tão entusiasmada. Um concerto de folk, sei que já não saía há muito tempo, e ela estava tão entusiasmada, pulava, dançava, gritava, enfim, criança, feliz. E estava lá ele. Gostou dela, simpatizou, deram-se bem. Pegámos nela, um pelo braço outro pelo outro. Ela saltava, meia histérica. Eu senti-me bem, já não me sentia bem há muito tempo. Senti o mesmo que sentia quando ainda não a tinha. E eu sentia por ele. A minha mãe chamou-me a atenção que tínhamos que voltar. E era tão cedo. Mas não me podia esticar. Afinal crianças são crianças... seis meses talvez, anda, faz anos depressa, Myriam? Para a tua mãe poder ser feliz, que tipo de egoísmo é esse? Recuso-me...

Matar-te-ei, e chorarei no fim, sepultarei uma menina que nunca nasceu, ínicio da minha loucura, o meu pai sentado num cadeirão "Nunca pares de sonhar, nunca esqueças a importância de sonhar...", e os sonhos misturar-se-ão com as visões, com os sentimentos e os pressentimentos, com os pensamentos, tudo ficará confuso, lágrimas, mais lágrimas, ainda há muito desespero pela frente, oh sim, mas eu sou forte e sobreviverei para contar a história a aprendizes, amizades, viagens, destinos, desgraçados e aventurosos que se cruzarão comigo em estranhas terras sempre estrangeiras, sempre viandantes não é? Mas carregas espadas...

Mãe, protege-me, mas sobretudo, perdoa-me. Aquilo que me tentas dar é demasiado imperfeito...

Shakra

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Gostei mais da versão + extensa...




Uma exibição antiga:

Tribal Belly Dance (Dança do Ventre Fusão Tribal?)

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Asharah...

Paixões atrofiadas...Verrina

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(a bailarina é brasileira...muito impressionante...)

Paixões atrofiadas...Zoe Jakes

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Primavera em Torres Novas

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Pessoal: FEIRA MEDIEVAL DIA 30, DIA 1 E DIA 2.

Com toda a animação do costume de qualquer feira medieval de prestígio...:)

Medo e Porvir

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O coração dela

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Acidentes nos concertos de Metau

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Quando o palco é pequeno de mais...




Quando o palco é alto de mais...



Quando o vocalista... é demais...



Quando os palcos são elaborados de mais...



Quando as drogas são de mais...



Quando falha a electricidade...

IMPERATIVO

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CLICA AQUI

Acabaste de aproximar mais uma pessoa muito importante para mim de ganhar uma fabulosa máquina fotográfica...

Obrigada, já fizeste uma boa acção, agora só te faltam outras 6 para teres um dia em cheio ^^

"Poesias Caóticas"

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V - (Im)Perfeição: Valete de Copas

Naquele dia o que vi quase me atirou ao chão. Fiquei impassível, perdida, sem saber o que pensar. Se tivesse esse luxo, chorava. Deitei as cartas com a impaciência de uma criança, queria respostas, queria todas as respostas, relativamente ao que vi, as tuas também, queria arrancar-Tas, roubar-Tas. Saber se era verdade o que vi.
O coração batia depressa perante a cadeia de acontecimentos que se desenrolava em frente a mim. E tu não sabias, nem podias saber. Como te diria eu? "Não estás no meu futuro"? "Não quero soar doente mas estou a por o livre arbítrio entre parênteses"?! "Há uma criança"? O facto de não te poder dizer fez-me ficar doente. As cartas responderam-me sempre que não, o valete de copas dobrou-se ao meio, dividido, farto de sair, sempre a mesma carta, sempre Tu?! Ou o que sentias. Todos os sinais que tinha. Nada ficaria. Só o tudo numa caixinha. Mas um tudo pequeno. Quase inútil... Frágil.
Tentei fazer perguntas, procurei ajuda, como procuro sempre. Mas ninguém me levou a sério. Sou apenas uma louca, cada vez mais louca. "Louca, estás louca." Sabes? Não sou capaz de ler essa palavra. Leio "bruxa" onde está escrito "louca". bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa. É o que leio.
E as pedras rolaram no rio, o ritual fez efeito, porque eu sou cíclica o que vai, volta, e refugio-me nessa certeza, como me desabriguei da certeza da dor, no momento passado que é o presente e o futuro, que está avariado na minha cabeça. A água levou no rio o meu passado, o meu presente e o meu futuro. O que morreu e o que vai nascer.
No outro dia, bom augúrio talvez, ou as minhas últimas esperanças, sonhei que as sementes que plantei naquele ritual cresceram a um nível quase plástico, as flores brancas brotavam da terra com a força de árvores, a terra fértil tinha-lhes dado tudo o que podia dar, e mais um pouco ainda, e o sol brilhava intensamente.

Acordei a sorrir, quase escutando o som dos espanta-espíritos...

"Poesias Caóticas"

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V - (Im)Perfeição: Quando partiste

O coração não se estilhaçou. É forte e soube e sabe amar-Te. Construí um caleidoscópio muito bonito para ti e pu-lo no fundo, com esperança que o visses e o tentasses retirar. Aí, o meu plano era partir o caleidoscópio, como uma brincadeira de crianças, e dar-to, triunfante, ofegante, contente, extasiada, feliz. Mas tu pousaste-o muito cuidadosamente, sem nada dizer. E o peito encheu-se de dúvidas, tantas vezes infelizes, tantas vezes cansativas, mas simples, meras dúvidas, que nunca afectaram o facto de o meu coração estar no fundo desse caleidoscópio. Não era uma ilusão o que viste. Era uma parte. Não afectaram o facto de to ter dado só a ti. Mas eu estava a ser chamada noutro lugar, ou noutro tempo, e tu noutro lugar, ou noutro tempo. E como tinha de me ir embora, e o relógio não andava para trás, andava furiosamente para a frente, cada vez que olhava ele acelerava mais, o danado, o safado, e eu sem saber o que fazer, tentei parti-lo, mas mesmo assim eu sabia que era o tempo, e não o relógio, que estava a andar para a frente, em lapsos titânicos.
Quis saber, antes de partir, antes de me saber partir, antes de me despedir, antes que partisses, porque não procuraste, porque não quiseste vê-lo (ao meu coração). E aí disseste que não o querias. "Eu não quero" - repetiste. E ouvi-te essas palavras. Se magoaram? Não. Na altura o meu coração ainda estava dentro do caleidoscópio que te dei, no caso de quereres espreitar. Só eu posso tirá-lo de lá, e tu só podes espreitar, se o entenderes fazê-lo. Consegui um negócio lucrativo hein? Devia meter-me no negócio de gerir sentimentos.

Mas eu ouvi, claro, falo no presente ainda, apenas porque o tempo está avariado na minha cabeça, vai demorar até o arranjar, preciso de muita mecânica, de muita lógica. Penso muitas vezes se o melhor não seria arrumar tudo a um canto, pegar fogo a tudo, esquecer-me, apagar-me, crescer, tornar-me normal. Mas aí é que está. Somos diferentes. Eu sinto-me bem, eu sou ambiciosa. E eu sei qual é o preço a pagar por me revoltar outra vez, por me apagar... Ou um dia serei eu com problemas no fundo da coluna.
Assim fico com muitas dúvidas: Porque este braço de ferro que faço com os deuses, estarei louca? Porventura acho que posso ganhar? Louca não, insana, orgulhosa, talvez tudo isso não?! Mas faço acordos, negoceio, tudo é um negócio maldito, onde tento comprar alguma felicidade, mudo aqui, mudo ali, amo-me aqui, amo-me ali, chamo-me, invoco-me, e tudo para me esforçar em ter-Te.
Sabendo à partida que não mudarei nada, esforço-me por partilhar estados de espírito contigo, na esperança quase viva de que ainda existe algo, de que ainda queiras espreitar pelo caleidoscópio (apesar de teres virado as costas).
Sinto-te, murmuro-te ao ouvido, questiono-me, será que ouviste? Lamento não ter fugido contigo, sabia essa opção, sabia na altura que isso mudaria, porque não o fiz? Sou ambiciosa de mais ou de menos?
Então, cedo ao calor que sinto dentro de mim invadir-me, a sensação tão agradável que me alimenta nos momentos mais obscuros e uma palavra, uma palavra apenas, tão musical em mim, um feitiço, uma ladaínha, um hino da minha existência, ressoa-me na cabeça e sai-me pela boca, repetida até à loucura do silêncio (e sem resistir, envio-Ta...):
"Leonardo".

Anti-Histamínico Natural

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Revelando conhecimentos!

Isto está tudo num livro que a minha mãe me ofereceu pelos anos que eu acho muito bom. Muitas coisas são dotadas de algum rigor científico, claro que já apanhei algumas que não, mas serão duas ou três em cem.

Humm, quem sabe o que é um anti-histamínico sabe o que é ter alergias... Alergias por vezes a coisas estúpidas, como aspirina... outras a coisas ainda mais estúpidas, como gramíneas e pelos de gato...A febre dos fenos, toda essa treta, estamos agora na época das alergias, por isso, acho isto de alguma utilidade.




Esta receita que eu achei é muito simples.
A quercetina é um substância que inibe a produção de histamina no organismo (histamina esta que provoca os sintomas alérgicos a que estamos habituados)
Encontramo-la na casca e na parte branca dos citrinos (como laranjas ou limões, mas suponho que também haja na lima, por exemplo).
Assim, raspa-se a casca de um limão e/ou de uma laranja até à parte branca, numa quantidade razoável, e depois junta-se água (vamos fazer chá)num recipiente que sirva para o efeito. Tapa-se e deixa-se ferver (tapado) durante pelo menos 10 minutos. No fim, junta-se mel a gosto (de preferência mel local, pois o mel local torna o organismo mais resistente aos poléns da zona - e esta hein?!:P).
Toma-se pelo menos uma colher de chá 3x ao dia (e come-se as coisinhas da casca também :S -confesso que não sabe lá muito bem- , que é onde está a quantidade maior de quercetina,né)
Para não estragar, guardem no frigorífico :)

Ah e isto não alivia os sintomas da alergia, nem é imediato, como é óbvio, é para ser tomado com regularidade durante o maior tempo possível.
Outra recomendação, COMAM MEL LOCAL (se forem alérgicos a algum tipo de pólen).

:)

Espero que sobrevivam felizes a esta primavera...

"Poesias Caóticas"

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II - Viagem ao Futuro: A fuga

E por fim, eis que surge, ainda não estava o futuro lançado já me era dada a alternativa, ou eu a encontrei, ou foi ela que ma deu e então é sempre de desconfiar, sabe-se que as alternativas trazem consequências nefastas tantas vezes...
Ela pede desculpa por ter tão pouca consideração pelas minhas considerações, afinal, aquilo que lhe interessa é bem mais resumido que a mim. Peco pela complexidade. Mas não me redimo, será esse o problema?
Chá de maçã e canela, estarei a enlouquecer? Porque me sinto viva então? Deusa, por favor, não tragas a menina para a minha vida, não sou capaz ainda de a fazer conviver com isto, sabes também que ela será pior que eu, claro, que seria de esperar! Mais poderosa ainda, não sou capaz, ela sentirá, eu vou ensiná-la a fazê-lo, são os meus ideais, não posso, não consigo, não quero!
E eis que surge a alternativa, uma mão que me é dada, directamente do passado, e uma pergunta apenas "Lembras-te de mim?"
E eu deixo de acreditar em desconhecidos...
E ela ri-se.

"Poesias Caóticas"

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II - Viagem ao Futuro: A importância da fuga

E lá estou no terminal, terminal não é de aeroporto, mas sim onde a liberdade acaba e começam os domínios de algo profundamente mais aterrador. O mestre puxava-me para fora com lúxuria e eu debatia-me, um esforço imenso para me agarrar ao meu corpo, e ele puxava-me, eu sabia que era também mais forte que ele, quantas eram as mãos que me puxavam e as vontades diminuiam face ao acontecimento. Gritava e a Dividenda ignorava-me, começava muito lentamente a rebolar também nos puxões do mestre, transbordava energia, se as plantas crescessem à nossa volta não me admiraria...
EU AINDA MANDO AQUI. Gritei-lhe (à Dividenda), furiosa, já prestes a magoar-me se não fosse capaz de voltar, prestes a rebolar no chão ou a embater contra os objectos que ali estavam, numa tentativa desesperada de permanecer na corporalidade.
Por milagre voltei... Não sei em que pensou ela, mas acho que, como criança aborrecida,entediada... Não posso dizê-lo ou estrago ainda mais a poesia, quem sou eu para me atrever a criticá-la? Estranhos são estes processos, mas ainda assim, que corpo mísero sou eu para criticar a verdade com ilusões? Peço perdão senhora minha, Eu, amo-me, Não somos dois lados mas dois lados unidos, que se entenda assim, porque nos amamos...
E agora fraqueza, fraqueza, durmo, durmo muito para tentar recuperar o esforço que fiz, e penso, antes de rimar,
Que preciso de uma alternativa, preciso de um aprendiz!
Para o ensinar, para viver através dele enquanto me bloquear, talvez isto me traga problemas na coluna, mas serão temporários, voltarei, uma promessa!

"Poesias Caóticas"

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II - Viagem ao Futuro: O aprendiz

O aprendiz rolou a cabeça sobre os meus ombros, e num momento de ternura atou o coração dele ao meu braço.
Se algum sentido de humanidade tivesse permanecido comigo quando partiste,
Não teria pensado para comigo naquele momento:
"Hei-de cair, e este coração aparar-me-á a queda, será despedaçado, mas antes isso a que eu caia de novo, recuso-me!"
E o aprendiz, mais ingénuo que nunca, olhou-me com olhos de menino e esperou que eu o prendesse.
Mas já não havia inocência para lhe responder, como é que se olha para um salva vidas, com reconhecimento?! Admiração?! Medo?! Já não sabia que emoção fingir...
Já nem sequer havia batimento cardíaco quando o aprendiz rolou a cabeça dele nos meus ombros.

Paixões ainda pouco desenvolvidas...

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Apropriado não???

"Poesias Caóticas"

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II - Viagem ao Futuro: Aterragem

Raiva, desta vez encho os pulmões com raiva.
Raiva de ti e de mim, homem sem rosto, que me enfureces por achares que sabes a totalidade, mesmo sendo essa totalidade tua,
Por muito que saibas e não duvido, o primeiro a dizer "Enquanto assim for será impossível ter uma relação saudável" foste tu, sabes do que falas ou então tens muita sorte e eu muito azar, mas basta fechar os olhos para te saber sincero, basta fechar os olhos para te ver, ponto de focagem, não desfoca, não desfoca porque é uma droga para o espírito, o que senti ali não se repetirá por muitos anos...
Caio no desespero da minha fraqueza, da minha visão, começo a sentir-me a intrusa em terra de intrusos, acho que não fui a sítio nenhum, no entanto, sinto-me a viajar. Complexo, tudo fica complexo, e eu impotente no tear da noite teço os fios do meu próprio futuro com as mãos da desgraça. Tento cortar as mãos mas a faca não têm a lâmina afiada, tento pedir-te ajuda mas a garganta está rouca e para fazê-lo tenho que te contar quantas fezes produzo por dia. Sinto-me impotente, muito. E tento pedir-te ajuda na mesma, mas o pedido, por não te contar acerca das fezes, e ter a voz rouca, sai como uma ordem, uma ordem de uma voz zangada, uma voz de uma intrusa em terra de intrusos, intrusa que não sou eu mas sou eu.
E estou ali no metro dos restauradores, sentada como uma pedinte, alguém diz "é a fome", mas aquilo que eu peço é o mesmo que sempre pedi, não estendo a mão porque quem me pode oferecer não são os homens, mas estender as mãos para o céu, como fazes quando chove, e pedir-lhes algo muito simples: Outros Destinos.
Talvez por falar em chuva as lágrimas escorrem-me pelo rosto e insisto em pedir-te ajuda como alguém que grita em vez de como alguém que chora, e tu numa palavra, consegues fazer-me amar as mãos que tecem o destino por saber-me indiferente a elas, agora que nada tenho a perder, neste ponto o tear ficará bonito como no plano original, e eu nada posso fazer quanto a isso, não pedi para nascer Deusa e no entanto, parece ter acontecido, mas no entanto sou Mulher, e isso estranha-me em mim.
NÃO.
E os pontos finais multiplicam-se, desejosos de acabar com a história inacabável. E eu vejo-a, as suas variações, estamos na Idade Média agora, a nossa paixão, o sítio onde as nossas mentes descansam, pelo menos a minha sim, a menos que não inclua piras de lenha e fogo, a minha descansa.
Há uma fogueira e eu vou ver, talvez por medo.
Em roda da fogueira há um grupo de pessoas, uma delas è um músico, esse músico toca um alaúde, e eu sou chamada, semi incorporo, sinto-o, sinto-o através da música dele, ele nada desconfia, ainda não me vi, e nua, aproximo-me da fogueira e chamo-o. Ele olha-me e vê o reflexo da luz da fogueira nos meus olhos. Vê-os a brilharem, e tudo isso, toda a imagem, o atemoriza, lembra-lhe de coisas que tentou esquecer há muito.
Chamo-o, para aquilo a que chamaria a minha casa, há muitos potes e escuridão, não sei bem que é aquilo, quero fazer amor com ele, quero que ele perceba e veja, quero Despertá-lo, fazê-lo participar nos meus rituais sem saber, mas nada de mau lhe desejo, quero-o ao meu lado, mas antes de poder sentir o que quer que seja, o meu objectivo é Despertá-lo.
Mas ele tem Medo. Medo de mim e de si próprio. Talvez ele seja até mais poderoso que eu, mas eu não tenho Medo de o soltar porque confio em mim, nele, e em tudo, sou confiante porque sim, em ultima análise.
Mas o Medo dele é mais forte e ele foge antes que eu possa e ele possa fazer algo, voltando para os amigos da fogueira, meio inseguro se há-de contar o que viveu ou não.
Sem saber o desfecho da sua decisão, lembro-me da dor de arder na fogueira, no medo irracional a piras, o fumo e o cheiro a carne queimada.
E digo-te, naquele dia, no fundo do meu pânico, já não te grito, mas despeço-me, fugirás outra vez, mas voltarás, e segura disso, sem medo, contínuo a admirar-te enquanto me vou embora.

Estou no Terreiro do Paço, Destinos de pessoas cruzam-se freneticamente, caminho calmamente com um caderninho na mão, não preciso de ver onde vou, as pernas andam sozinhas, todo o meu corpo sintonizado, seduzo quem passa por mim sem o notar, vejo por vezes e de relance um olhar indiscreto, fruto de uma animalidade lasciva, incontrolável. Atravesso-o, e enquanto o faço há um tremor em mim, um ainda do "eu podia", mas ela diz-me, contínua o teu caminho em paz, Hoje Não Te Cruzarás, Amanhã Não Conseguirás Descruzar.

E despeço-me, de Ti, de Mim, e Daquilo que de nós chegou a ficar Ali quando ainda não me apercebia.

E hoje, já tinha tirado o cinto e saído do avião, quando me lembrei, algo importante, talvez explicar ao comandante do avião que os enjoos que me fizeram vomitar-lhe a maquineta não foram enjoos de voar, mas enjoos de gravidez, e que dali a nove meses iria parir um futuro, se ele quissesse ver, mais tarde enviar-lhe-ia fotos, pedindo-lhe desculpa pelo sucedido, como é óbvio, sem esperar sequer ouvir-lhe a resposta, porque terminada a viagem, pés assentes na terra, eu sigo o meu caminho e ele segue o dele, e os caminhos divergem...


Fim da Viagem Ao Futuro.

"Poesias caóticas"

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II - Viagem ao futuro: Descolagem

Encho os pulmões com ar, ainda me arde o desespero nas veias
Nunca vi o futuro,
E acabaram de me roubar a inocência.
E com ela foi a lógica, a réstia de auto-estima
Hipotéticas consequências de violações, ninguém sabe muito bem do quê
De mentiras e ilusões, ou de mentiras e ilusões que começam
Uma moeda de dois lados, Um que me espeta, Outro que me poupa
Sonho, ainda, mas tenho Pesadelos, guardados em gavetas como certezas
mas gavetas que são sempre derrubadas pelo mesmo vento,
O vento que entra e derruba tudo e me parece senhor do mundo onde está a casa
Que não é minha, é arrendada, e não pareço ter como pagar a renda.

Algo que não pedi acontece.
Junto com aquilo que me rouba a alma em segundos e me faz desmaiar em frente de todos
O sangue que coço no braço, os buracos que abro em mim mesma com as unhas
Nunca descanso, Nunca páro, Nunca consigo perceber
É então que vejo.
Um número primeiro, estranho-o, de muito que vejo, números são raros
Uma idade
É minha
Dezoito anos.
Tinha dezoito anos, fico a saber, quando a história se passou.

II - Viagem ao Futuro: Sobrevoando

O mestre regressa, cheio de certezas, de certezas de inseguranças, suas, das suas forças, a conversa é sempre a mesma, nunca muda, e aborrece-nos, imenso, muitíssimo,
Alguém que chega e pousa os cotovelos na mesa para pedir o mesmo do costume, como sempre, e nós como empregadas que somos, servimos, mas esquece-se que o serviço funciona para os dois lados, e na realidade quem tem a bebida somos nós e não ele, criatura descuidada.
Tirando a rudeza da sua aproximação, ela é feita, qual o sentido disso neste momento passado que é o presente, em que ainda desmaio porque sem ela não consigo viver e onde está ela, quem ma roubou ou tentou fazê-lo, onde a guardei?
Isto que vejo não é um intruso na minha terra, é uma terra de intrusos onde eu caminho, sem compreender patavina.
Aproxima-se e quer-me, mas eu não o quero, não, eu sou senhora e eu levo-o onde quero e ele sabe-o, e se não for a lado nenhum, a lado nenhum irá.
Outro rosto surge, embora incompleto, outro surge com um grande sentimento, um grande sentimento ligado a ele, transborda de mim, mas quem sou eu nesta terra de intrusos, questiono-me?
Já não estou na faculdade, já nada me faz sentido, e a rotina, os planos, o que sempre me foi porto seguro na imensidão da esquizofrenia?
Mas nada, não compreendo o que nos afastou, a mim e ao homem sem rosto.
De novo eu e o mestre, aliamo-nos, aliados sim, será essa a palavra certa e ele sabe-o também, apesar de desta vez ser ele o iludido, muito nos iludimos nós.
Mas? Que terra de intrusos, vejo uma noite fugaz, um encontro um Erro, e um Erro grande, Grande, Muito Grande...Uma criança, o ventre inchado é o resultado de um erro que não tenho qualquer intenção de cometer, não compreendo eu como posso ser tão intrusa em terra de intrusos?
Uma menina, tem os cabelos castanhos e os olhos castanhos, parece só ter herdado a inteligência da mãe...?
A menina faz dois anos, mas já são três de sofrimento para a mãe, que é a intrusa que sou eu em terra de intrusos. A mãe ama-a muito, aprende rápido o que é amar sangue do seu sangue, percebe rápido o que é ser Mãe, algo que já lhe corria nas veias desde a sua criação, Mãe que coloca na Filha a Semente de Ser Mãe.
Algo muda.
O homem sem rosto volta, com a sua paz, a sua bondade, a sua esperança, e tudo aquilo que mantem de bom durante todo o tempo, mas desta vez a união, o nó que é dado, (desta vez a três) não é devolvido. Não é passível de ser cortado.

E uma nova era começa para a intrusa que vive em terra de intrusos, essa Mãe, essa estranha que renasce feliz numa vida que não é minha, e no entanto,

Sou Eu.

"Poesias Caóticas"

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II - Viagem ao futuro: Simulação de voo

Gulbenkian.
É noite, uma noite cheia.
Dois amigos, duas personalidades de que jamais me arrependerei.
Não sabem, mas olho-os e vejo-os mortos. Por momentos, quase me decido a dizer-lhes para deixarem a cidade e fugirem, ou planearem fazê-lo. Ou simplesmente que vão morrer mais cedo do que julgam. E logo me perco no silêncio: será ético tal feito?
Calo-me e de mim não ouvem nada, apenas algo que talvez os console, ou me console a mim, que no momento final se lembrem. Que somos todos um e eles são parte disso, e não é certamente uma ilusão temporal e espacial que nos separará.
Caminhamos, depois de um ritual de quase comunhão uns com os outros.
Descemos degraus.
Subitamente, no negrume da noite, nas sombras, nas doces sombras, surge um prego, algo cravado que me espreita.
Lurking.
Sei que me vou magoar. Olho para a frente, procuro-o, pronta de antemão, o sangue gela nas artérias e espero-o, o mal que me há-de vir.
Tropeço.
Olhando para o mal que há-de vir...
Descuidei os degraus debaixo dos meus pés.

E o resultado final, produto de uma intemporalidade circular, de um lapso einsteiniano: Uma inequívoca queda.

"Poesias Caóticas"

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I - O Mundo: O Taxista

Uma besta com um contador andante. Critica algo no meu estilo, nas minhas botas, e eu vejo-lhe o cocó nos olhos, nos dedos, a língua sedenta de sangue ingénuo e novo. Vejo sangue antigo. Vejo o sofrimento estampado num círculo em roda de um dedo. Apetece-me pôr-lhe um fim, detesto-o por aquilo que vejo nele. Não ponho. Ponho em vez disso uma máscara de ingenuidade que não me viu, dentro dos possíveis, e ele sente-se desconfortável, porque percebe a diferença entre aquilo que vê e aquilo que ouve. De repente, sente necessidade de se desculpar de uma forma muito específica que só as maiores bestas sabem fazer. Eu sorrio. Estou a ganhar-lhe. O meu corpo confunde-o. Despedimo-nos como amigos, depois de ele nervosamente se socorrer ao troco. Sigo o meu caminho, um serviço feito, e permaneço independente. E o taxista dispersa-se nos pensamentos acerca de mim, desconhecida, pêga, beleza, oráculo, deseja-me, e questiona-se, permanecendo com uma memória confusa, que o fará interrogar-se durante algum tempo da sua insignificante vida. (E pequena não é de tamanho, é de feitos e de intenções…)