"Poesias Caóticas"

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VI - Existência Circular, Maturidade e Equílibrio

União

O céu e a terra estão a fazer amor furiosamente, como nós não fizemos. O céu troveja, em ásperos gemidos de prazer,só traduzidos pela gematria de certos encontros tórridos e mesmo assim, luxuriantes.
Explode e desponta o alívio pleno do céu ao expurgar a sua mágica concepção fértil na terra, que geme (quase um suspiro doce,ambicioso, feminil e suave). A terra fica húmida, o musgo desenha pequenas gotinhas de suor, a femea desejando a pujança mascúla do céu. E eis que caem milhares de sementes de céu, jorradas do seu horrendo trovejar.
A terra fica extasiada, coberta da fulminante mitraica essência do céu. Espoja-se, contrai os lábios de prazer, sente-se orgulhosa e senhora de si. Estira-se com o esperma divino. Murmura-se. E eis que subitamente, abranda, até desaparecer, as nuvens voarem para longe, tu fechares a porta do carro, e ficar um lindo dia de Primavera, outra vez...



Carnaval, 2011

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