Necessidade de uniformização

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Queria partilhar com vocês um pequenino eco de revolta contra uma tendência social dentro da pseudo subcultura gogó, facilmente observável em grupos, nos festivais, etcetc.

São, por norma, grupos com dinâmicas muito esquisitas. E geralmente os membros integrantes sao pessoas com personalidades de fortes a muito fortes; o que faz com que por exemplo, haja pessoas que nao fumem e condenem severamente as que fumam. Ou o mesmo com o álcool, ou com o regime alimentar (vegans, vegies, carnívoros...) como se o seu ponto de vista fosse universal, como se fosse possível uma universalidade no que toca à subjectividade do indíviduo. Passa-se o mesmo depois a outros níveis com o ateísmo, a espiritualidade, o gosto musical, tudo! Há uma pressão de uniformidade entre os gogós terrível! Asfixiante. Com a qual não concordo.

Acho que as pessoas idealizam muito uma merda que é simplesmente... gosto estético (no sentido artístico).

E um gosto estético não é uma "atitude de vida" ou raio que a parta. Depois querem passar aquela ideia de que os góticos são todos diferentes (nem todos fazem rituais etcetc) - para os não góticos, e até são! Mas não se toleram como tal, na realidade.

Eu sou o estereótipo e assumo. Faço rituais, ouço musicas estranhas, interesso-me pela cena wicca, passeio pentagramas e outros símbolos místicos e esotéricos, uso plataformas e espartilhos, ando de preto, falo com fantasmas e mato criancinhas à noite (kidding).

Leio e gosto muito da sylvia plath, do edgar allan poe, da florbela espanca e do camilo castelo branco (este último sendo o mais gótico e menos reconhecido de todos.) Gosto do Tim Burton (Tim Burton é bom mas não me satisfaz, tenho mais fome e sede que isso!) mas provavelmente se me perguntassem qual era o meu realizador preferido não seria essa a minha resposta. Seria David Lynch ou James Cameron (apesar deste ser um bocado comercial mas ainda assim grandioso) ou Alan Ball ou João Cesar Monteiro. Tenho tendências suicidas, sinto recorrentemente que ninguém me compreende, não nutro particular simpatia pela sociedade no geral e abomino grande parte da humanidade animal.

Fisicamente ainda por cima sou branquinha, olhos claros e pinto o cabelo de pretalhão ou atão de cores estranhas como azul.

Que mais?

Pá, mas não vou abdicar, CARALHO, de ser uma "libertina". Acho pretencioso afirmar-me como tal, lamento! De gostar de sexo e não ter pudor quanto a isso, de gostar de me induzir em estados dionisíacos atraves do álcool ou das substâncias. Não tenho vícios, tenho prazeres e alimento-os de bom gosto sem qualquer vergonha (que btw, pró pessoal que se acha bué anti cristão mas depois cai na esparrela de condenar "os vícios em que caiu o mundo contemporâneo" - isso são derivações da moral cristã ainda em vigor, meus caros! Leiam a origem da tragédia do Nietzsche e hão-de compreender.)

Faço o que quero quando quero e onde quero e é também por isso que me visto COMO QUERO. Quero lá saber que os outros façam o mesmo e ouçam a mesma musica. Problema deles. Não é isso que nos faz iguais.

Ah, e quando eu digo que gosto de Nietzsche, eu realmente LI, ESTUDEI E COMPREENDI Nietzsche. Não fui ao google pesquisar frases feitas e achei que era engraçado por Nieztsche no perfil.

Detesto ter ar de cliché humano :(

Tolero-vos como são; com os vossos defeitos e qualidades, com os vossos pontos fortes e fracos. Com os vossos vícios e virtudes. Não são por isso menos que os outros em nenhuma ocasião.Tolerem-me a mim também. Ou então bazem! Se há alguma coisa que o "uniforme" deveria transmitir era uma mensagem de TOLERÂNCIA. A elite hoje vai além disso tudo, meus caros.A elite hoje nasce no monte da caparica como em cascais. A elite hoje veste de preto, azul, lilás amarelo e verde. Tem grande rendimento e passa dificuldades.A elite hoje pode estar em todo o lado. A elite hoje é quem merece ser a elite.

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