São muitas horas...

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Chove. Há muitas coisas que passam pela minha mente ao mesmo tempo. A minha mente é caótica. É um caos de pensamentos, sentimentos. Ordem nunca me pertenceu muito; mas o pouco que me pertencia, permitia-me chegar a sítios heroícos para mim, heróicos no meu mundo, e heroícos porque trazia desse mundo para este. No banho o corpo que tenho parece-me tão estranho. Estou tão mais alta do que ele. Não olho. Um olho espreita-me; o outro, fecha-se. Apenas olha para mim o olho de um cego. Olha na minha direcção porque me conhece e sabe que será mais ao menos ali que estou. Mas não me vê. Apetece-me chorar. Apetece-me sentar-me sobre os meus joelhos e perguntar-me porque é que as coisas não podem ser boas para os seres que amo (e para mim). Porque é que os constantes monstros maus se associam aos anjos da minha vida. Formando uma espécie de carta trocada. Cartas. O que são? O que é? O que és? Onde estás? Para onde foste? Aquilo que me devia ensinar paciência, não mo ensina. Poderia dizer que me ensinava dor, mas não ensina. Porquê a dor, já eu conheço demasiado bem. Oh que romantismos de espírito, que fazem de mim humana e deles cadavéres, zombies, the faceless.
Doi-me demasiado a vista e não tenho óculos, para continuar a escrever. Vou parar, sem dizer o que queria, como se isso fosse isso.

E eu dizesse algo com sentido.

Sinto-me doente. Espero que o esteja. Primeira sexta feira que não vou a lado nenhum...

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