O efebo inútil

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Não tens nada para me oferecer.
Olhas-me com esse olhar sedutor de quem se sente poderoso e eu acho-te patético.
Desprezo-te.
Podes ter a mesma idade que eu, mas não entendes a essência da mulher.
Nem sequer gostas tanto de sexo como julgas que gostas.

És um pedaço de papel por preencher e a perder a cor, navegando ao sabor do vento, como todos os outros da carneirada.

No entanto sorrio, afinal de tudo, és uma terapia particular, privativa, de mim para mim. Um presente, um falo enlaçado, um instrumento para atingir o meu fim.

Tocas-me e desagradas-me; falas em sentimentos e entedias-me.

Dizes que nunca conheceste ninguém como eu; que te surpreendo, que sou imprevísivel.

E eu contínuo com o sorriso que achas misterioso, meio forçado, comido pelo tédio da repetição da mesma merda com moscas diferentes.


Amor não tem nada a ver com isto e tu também não sabes o que é amor, então cala-te. Desejo muito poder dizer "Cala-te". E ouvir o teu silêncio porque as tuas palavras não têm nada de útil.

Dizer o que realmente quero de ti sem falsos moralismos. Arrancar-te a servilidade que mereces dado que te comportas como um servo.


Achas que preciso de te amar para aquilo que achas que queres dado que sou mulher, mulherzinha, no teu entender, um m pequenino com um inho no fim. E a mim apetece-me degolar-te, homens como tu são uma perda de tempo. Já conheço o tipo e não há na verdade nada que digas que me surpreenda. Sou Mulher e como tal, deverias ajoelhar-te a meus pés e fazer tudo o que te mando. Não te respeito. Quando pareces afectado com os teus problemas de caca, apetece-me ridicularizar-te. Não sabes o que é amor e queres saber o que é sofrer? Não me faças rir.


A certo ponto enervo-me e prefiro ir masturbar-me a ter que te aturar. Não sou nenhuma educadora de infância. E tu, se te põem o rótulo de meu efebo, é porque não sabem que se efebo fosses, serias um efebo inútil. E certamente não serias meu.

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