"Poesias Caóticas"

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II - Viagem ao Futuro: O aprendiz

O aprendiz rolou a cabeça sobre os meus ombros, e num momento de ternura atou o coração dele ao meu braço.
Se algum sentido de humanidade tivesse permanecido comigo quando partiste,
Não teria pensado para comigo naquele momento:
"Hei-de cair, e este coração aparar-me-á a queda, será despedaçado, mas antes isso a que eu caia de novo, recuso-me!"
E o aprendiz, mais ingénuo que nunca, olhou-me com olhos de menino e esperou que eu o prendesse.
Mas já não havia inocência para lhe responder, como é que se olha para um salva vidas, com reconhecimento?! Admiração?! Medo?! Já não sabia que emoção fingir...
Já nem sequer havia batimento cardíaco quando o aprendiz rolou a cabeça dele nos meus ombros.

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