"Poesias Caóticas"

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II - Viagem ao Futuro: Voos arriscados

Conti a poesia num dedo, os sentimentos, as vontades, o ser no embrião. E calculei a queda, o voo, a viagem, a aterragem de emergência, em caso dela.
Dela, da menina, o caso seria, vou matar-te, pensei, vou matar-te e sei-o, como vou recuperar eu disto? Já não poderei dizer, "Mãe, protege-me", pois dou-lhe um pontapé no traseiro, nego a minha essência e a dela também e em nome de quê?! Fogo, queima tudo, destroi tudo, inconstante, liberto-me, liberto-me, e depois, quem me contém? Todos precisamos de trela, não tenho medo de mim, todos deviam ter menos eu, onde está o meu medo? Onde está a tristeza? Que tipo de energias perigosas guardo em mim?
Mãe, protege-me.
Filha, perdoa-me.
Ela riu-se, e ao vê-la rolou-me uma lágrima da face. Estava tão entusiasmada. Um concerto de folk, sei que já não saía há muito tempo, e ela estava tão entusiasmada, pulava, dançava, gritava, enfim, criança, feliz. E estava lá ele. Gostou dela, simpatizou, deram-se bem. Pegámos nela, um pelo braço outro pelo outro. Ela saltava, meia histérica. Eu senti-me bem, já não me sentia bem há muito tempo. Senti o mesmo que sentia quando ainda não a tinha. E eu sentia por ele. A minha mãe chamou-me a atenção que tínhamos que voltar. E era tão cedo. Mas não me podia esticar. Afinal crianças são crianças... seis meses talvez, anda, faz anos depressa, Myriam? Para a tua mãe poder ser feliz, que tipo de egoísmo é esse? Recuso-me...

Matar-te-ei, e chorarei no fim, sepultarei uma menina que nunca nasceu, ínicio da minha loucura, o meu pai sentado num cadeirão "Nunca pares de sonhar, nunca esqueças a importância de sonhar...", e os sonhos misturar-se-ão com as visões, com os sentimentos e os pressentimentos, com os pensamentos, tudo ficará confuso, lágrimas, mais lágrimas, ainda há muito desespero pela frente, oh sim, mas eu sou forte e sobreviverei para contar a história a aprendizes, amizades, viagens, destinos, desgraçados e aventurosos que se cruzarão comigo em estranhas terras sempre estrangeiras, sempre viandantes não é? Mas carregas espadas...

Mãe, protege-me, mas sobretudo, perdoa-me. Aquilo que me tentas dar é demasiado imperfeito...

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