Uma arma: a arte

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(Retirado quase integralmente de composições de testes de Português...não significa que eu agora pense assim ou que pense assim eternamente, é uma espécie de apanhado de pensamentos...)

Não deveríamos considerar a arte como algo que nos influencia, mas como uma manifestação profunda do caractér humano, um prolongamento muito peculiar do ser. Deveríamos sim considerar a arte como o indício mais forte de que existe uma realidade subjectiva que transcende a existência física. A arte é a materialização daquilo a que alguns chamam de "imaginação" ou "sonhos. Mas essa "imaginação" e esses "sonhos" não passam de tentativas frustradas de linear o infinito e guardá-lo numa caixa, arrumá-lo num canto obscuro do nosso sotão lógico e mental. A arte é a materialização, através da consciência individual, da consciência colectiva, da matéria imaterial comum a todos os seres humanos e possivelmente, a todos os seres vivos. Nós não somos apenas "influenciados" por um filme quando o vemos, nós identificamo-nos com o filme,nós descobrimos aspectos da nossa personalidade ao vê-lo. A arte é criada por humanos e para humanos. Os aspectos da nossa própria consciência individual multiplicam-se por muitos outros indíviduos, aproximando-se de uma espécie de consciência colectiva criada pelo génio humano. Não é o "objectivo" de qualquer peça artística ser reconhecida como tal pelo maior número de indivíduos possível? Ao criarmos algo, seja um poema, uma música, um filme, um texto, temos a necessidade básica de o mostrar, divulgar, partilhar, exibir. Conhecer a opinião do outro; estabelecer uma consciência partilhada com ele. É essa a influência da arte nas pessoas: obriga a mente humana a expandir-se até alcançar o outro e obriga-a a aceitá-lo através do culto de si mesmo.
A arte é, por isso mesmo, uma arma muito poderosa reconhecida como tal ao longo da História e actualmente também. Cada vez mais fracturada e interventiva, poderá um dia a arte ser tão fundamental como a electricidade? Como o motor psicológico que faz com que os indivíduos aceitem a realidade?

Estes gatafunhos de pensamentos nojentos foram inspirados no filme "Noviembre"... Um filme muito bom sobre um grupo de teatro independente, livre e interventivo, desde o seu ínicio até ao fim trágico do grupo...

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